Voltar é sempre diferente. Ainda bem.
- flaviaibri
- 8 de ago.
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Em Agosto volto oficialmente ao trabalho — com o coração cheio e a certeza de que posso ser muitas coisas ao mesmo tempo: uma profissional comprometida, uma mãe presente e uma mulher inteira.

Aos 45 anos, vivi minha segunda licença maternidade com o coração cheio — e as mãos mais vazias de certezas.
Durante esses meses intensos, vivi o amor em sua forma mais pura. Me transformei. Me (re)conheci. Descobri potências e vulnerabilidades que agora levo comigo como ferramentas de liderança — dentro e fora de casa.
Foram 6 meses longe do crachá, mas muito mais perto de mim mesma! Um tempo que, longe de ser pausa, foi profunda transformação.
Sim, o mundo acelerou — a inteligência artificial avança, o mercado gira em alta rotação, e a produtividade virou palavra de ordem.
Mas o meu movimento foi outro: foi pra dentro. Me redescobri mãe. Uma mãe mais velha, mais serena, mais conectada com a presença e menos com a pressa. E é exatamente isso que trago de volta ao ambiente corporativo: a leveza que não atrasa, mas aprofunda.
E essa jornada também me fez revisitar memórias — especialmente a do meu avô materno.
Ele sempre foi meu grande incentivador, um mentor silencioso e amoroso que hoje sinto perto como presença espiritual.
Mas ao ouvir minha mãe contar sobre a relação dela com ele, percebo que conhecemos dois homens diferentes. Ela fala de um pai duro, contido, cheio de amarras. E eu só lembro de carinho, encorajamento e parceria.
Essa dualidade me relembrou que cada papel que ocupamos tem um peso diferente pra quem o vivencia e pra quem o observa.
Voltar à cadeira executiva é, sim, desafiador. Não sei exatamente o que me espera. O mercado mudou. A tecnologia voou.
Mas eu também mudei. E hoje tenho a certeza de que o que levo comigo, vale mais do que qualquer nova funcionalidade de IA: Levo uma competência que não se treina em curso nem se programa em código: a capacidade de fazer boas perguntas.
Porque a IA pode te dar respostas mais rápidas e aumentar sua produtividade. Mas são as perguntas certas que movem o mundo — e as pessoas. E a mais poderosa de todas continua sendo: “O que eu verdadeiramente desejo para mim?”
E antes de buscar a próxima resposta… pare. Respire. E se permita fazer a pergunta que realmente importa.
Impossível chegar até aqui sem também agradecer imensamente à minha rede — pessoal e profissional — que tornou essa transição possível e gentil. Vocês me lembram todos os dias que maternidade e carreira não se anulam. Elas se complementam.





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